Peixe sofre para fechar as contas e recorre a velha prática pela segunda vez no ano: antecipar valores a receber por vendas de jogadores para conseguir equilibrar o caixa.
O Santos antecipou R$ 18 milhões em receitas futuras com o banco Daycoval, uma operação concluída na última sexta-feira. A ação possibilitou ao clube quitar mais uma folha salarial e se organizar para os próximos meses, depois de passar o 2024 inteiro tentando "equilibrar os pratos" para fechar as contas.
A antecipação é de valores a receber por vendas já realizadas de atletas. Na prática, o Peixe se compromete a repassar ao banco o montante de determinadas operações no futuro, com juros prefixados; em troca, recebe o valor à vista em sua conta.
É a segunda vez no ano em que o Santos se vê obrigado a tomar esse tipo de atitude. Em julho, o clube já havia antecipado R$ 20 milhões junto ao mesmo banco, referente a parte do valor da venda de Marcos Leonardo ao Benfica.
Agora, somadas, as operações chegam a R$ 38 milhões.
– Se não tivéssemos nos antecipado, planejando o caos, e estamos aqui para isso, em agosto não teríamos como pagar a folha salarial e o clube teria entrado em colapso. Ou seja, desde março, e com a sequência de ameaças de transfer ban, fomos tendo que desembolsar uma reserva para a cobertura do déficit recorrente no fluxo do caixa – explicou o diretor financeiro Norberto Gonçalves, ao ge.
O Santos se viu obrigado a contrair a dívida com Daycoval por uma série de fatores, dentre os quais destacam-se:
A falta de receitas em 2024 devido a antecipações feitas pela gestão passada (R$ 30 milhões só do Campeonato Paulista) e pela queda à Série B do Brasileirão;
O uso de grande parte das receitas para cobrir dívidas antigas, como uma série de transfer bans sofridos na Fifa por atraso no pagamento de jogadores e despesas trabalhistas;
O pagamento até mesmo de folha salarial de dezembro, férias e 13º atrasados do ano passado, no início da gestão.
Recentemente, o Santos vendeu Weslley Patati ao futebol de Israel e, em 2024, já arrecadou mais de R$ 200 milhões. Porém, nem todas as operações são pagas à vista e, por isso, o clube acredita que antecipar alguns valores junto ao banco é uma boa solução para esse momento conturbado.
Paralelamente a isso, a diretoria tenta encontrar mais soluções e arrecadar com novas receitas, como a recente venda dos naming rights da Vila Belmiro, que agora se chama Vila Viva Sorte graças ao patrocínio da empresa de capitalização.
A promessa é de um 2025 de maior prosperidade financeira, com a boa possibilidade de retorno à elite do futebol brasileiro, além das disputas de Paulistão e Copa do Brasil.
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